quarta-feira, fevereiro 09, 2022

Lula diz trabalhar com a ideia de Haddad no governo de SP e pede 'compreensão' a PSB e PSOL

'Acho que haverá compreensão do PSB, haverá compreensão de outros partidos políticos, dos companheiros do PSOL', disse ex-presidente, em entrevista.

Por g1 PE e g1 Campinas


Lula anunciou que pretende lançar Fernando Haddad como candidato ao governo de SP — Foto: Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (9), em entrevista, que pretende lançar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) ao governo do estado, mesmo diante de uma aliança nacional com o PSB e com o PSOL.

A entrevista foi concedida à Rádio Clube Recife. No dia 4 deste mês, o ex-presidente anunciou a retirada da pré-candidatura do senador Humberto Costa (PT) ao governo de Pernambuco, para facilitar a relação com o PSB, partido do governador Paulo Câmara e que há 16 anos comanda o Executivo estadual.

"Eu trabalho com a ideia de que o Haddad vai ser governador de São Paulo. Acho que São Paulo está numa situação extraordinária, o Haddad está muito maduro, muito consciente. Acho que haverá compreensão do PSB, haverá compreensão de outros partidos políticos, dos companheiros do PSOL", declarou o ex-presidente.

Lula disse, ainda, acreditar que o ex-prefeito da capital paulista tem chances de vencer as eleições para o governo.

"Em algum momento a gente vai poder anunciar [a candidatura] e o Haddad tem muita chance. Pela primeira vez na história desse país, o PT governar o estado de São Paulo. Vai ser uma coisa muito importante, uma experiência muito rica para o Brasil e para São Paulo", declarou.

Em dezembro, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, disse ver "bastante dificuldade" para que o partido recuasse em encabeçar a disputa pelo governo de São Paulo.

O estado é um dos principais entraves para a possibilidade de uma chapa encabeçada por Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que se desfiliou do PSDB em dezembro, após mais de 33 anos de partido.

"Eu não posso escolher partido para o Alckmin. Ou seja, a única coisa que eu estou fazendo é conversar com o Alckmin e ele tem que fazer uma opção partidária", disse.
"Eu não sei se os companheiros do PSB querem o Alckmin, porque se quiserem eu acho que o Alckmin tem uma boa relação com o PSB, então é preciso que o PSB converse com o Alckmin, o PSD e outros partidos que quiserem conversar com o Alckmin", declarou.

Sobre a relação com o governador Paulo Câmara, Lula disse que "o Brasil não pode prescindir de quem fez coisas boas", e citou, ainda, outros governadores da região Nordeste. Até o momento, o PSB não apresentou nomes de pré-candidatos ao governo e ao Senado.

"Nenhum país e ninguém de juízo desprezará a oportunidade de utilizar a competência de um quadro como Paulo Câmara, como um Flávio Dino, como um Rui Costa, como um Camilo [Santana] do Ceará, como um Wellington [Dias], como tantos governadores de qualidade que o Nordeste elegeu, na construção desse país", afirmou.

Lula disse, ainda, que gostaria que o PSB lançasse o ex-governador como candidato ao Senado. "Eu lamento, porque Paulo vai fazer falta no Senado. Mas de qualquer forma o PSB fez uma opção, e eu respeito essa opção do PSB", declarou.

Economia

Posteriormente, Lula concedeu entrevista à Rádio Brasil de Campinas (SP), o ex-presidente falou sobre o preço do combustível no Brasil e disse que, em um eventual futuro mandato, pretende reduzir os valores.

"Nós vamos cuidar do preço do petróleo, da gasolina, do diesel. O Brasil é autossuficiente e não precisa importar esses derivados a preço do dólar, pode produzir a preço de reais. (...) Nós vamos mexer no preço do combustível porque o povo brasileiro não é palhaço para pagar o preço da gasolina em dólar sendo que ele não ganha em dólar", afirmou Lula.

Desde o fim de 2021, o Brasil passou por uma sequência de aumentos no preço do combustível, atingindo recordes de cotação. Entre as justificativas dadas pela Petrobras, está o aumento do valor do dólar, que, nesta quarta-feira (9), estava em R$ 5,32.

Lula sobre Bolsonaro: "Vai passar a faixa e depois voltar para casa pra chorar"

Durante entrevista, o petista foi questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro se negar a passar a faixa presidencial caso perca as eleições
Pedro Grigori / Correio Braziliense


(crédito: Ricardostuckert/PTDivulgação)

O ex-presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista à rádio Brasil Campinas, nesta quarta-feira (9/2), onde foi questionado sobre a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) se negar a passar a faixa presidencial caso seja derrotado nas eleições deste ano.

Lula disse que não tem essa preocupação, e que caso ganhe as eleições, escolheria outra pessoa para passar a faixa para ele. “Que ele deixe a faixa guardada. A gente vai pegar a faixa, vou pegar alguém do povo brasileiro pra colocar a faixa em mim, se eu ganhar as eleições”, disse.

O petista continuou dizendo que não importa que o próximo presidente não seja ela, contanto que seja alguém “democrático, que goste do povo e goste desse país”. “Ele (Bolsonaro) vai passar a faixa direitinho, pode depois voltar pra casa pra chorar, pra resmungar, mas ele vai passar a faixa, pode ficar certo disso. O povo vai tomar a faixa dele e passar pra outro”, completou.

Em 2021, após sair derrotado das eleições estadunidenses, o ex-presidente Donald Trump não passou a faixa para o sucessor, Joe Biden. Lula lembrou que algo parecido já ocorreu no Brasil. O último presidente da ditadura militar, o general João Baptista Figueiredo, negou-se a passar a faixa para o sucessor, José Sarney.

“Mas não tenho essa preocupação. O Bolsonaro vai ter a grande lição da vida dele, o golpe que o povo vai dar nele no dia 2 de outubro, um golpe democrático. O povo de forma soberana vai dizer pro Bolsonaro um CHEGA”, disse.

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